quarta-feira, junho 29, 2005

29 de junho

Tudo o que me vier à cabeça? "cão gato pêlo coleira comida de gato jardim"? :)
Às 17h segui de carro com a rosa para os anos da avó... 84. Foi estranho. Senti-me calada no meio de uma família que é minha, numa casa que também é "minha". Foi estranho olhar de fora para uma família que adoro. No fundo passei o tempo todo a observar mudanças... Foi estranho ver o novo priminho antónio pela primira vez. Foi estranho ver que o primo Duarte se começa a entregar à sala dos ditos "adultos", deixando o "quarto amarelo" dos primos, o nosso quarto, para nós. Para os primos mais novos que ele. Foi estranho ver que durante anos que me pareceram tantos, éramos nós. Só nós. Oito primos, três tios, dois avós. Avó Bertinha e avô Cuca. António, Rosário e Rita, os três tios. Antoninho, Duarte, Rosa, Zé Maria, Joana, Tomás, Manel e Ana, os oito primos do mais velho para o mais novo. Foi estranho ver que no "quarto amarelo" tantos anos entregue a nós primos para todas as brincadeiras e mais alguma, e mais tarde para conversas que vieram substituir brinquedos à medida que nós oito fomos crescendo e à medida que o Antoninho foi "escorregando" para a sala de jantar (a dos adultos), é possível agora voltar a encontrar o cestinho grande de palha dos brinquedos de quando éramos pequeninos. Isto porque o Antoninho entretanto casou e foi pai duas vezes recentemente... Assim a lista de primos passou para: Antoninho, Duarte, Rosa, Zé Maria, Joana, Tomás, Manel, Ana, Carminho, e António bebé, 10 primos? É estranho, e não deixa de ser engraçado. Foi de repente. Era o tio António, pai do primo Antoninho. Agora é o tio António, pai do primo Antoninho, este último pai da Carminho e do novo bebé António. Manteve-se a tradição dos Antónios. Como ficará este último bebé? Antoninhinho? Agora a família não é "recta". E ainda bem. Agora os meus avós são também bisavós, os meus tios são também tios-avós. O Duarte começa, tal como o Antoninho em tempos, a "saltar" entre a sala dos primos e a sala dos "adultos". Nós primos somos primos em segundo grau dos novos priminhos que fazem do quarto amarelo um sítio onde vão descobrir, logo a seguir ao cestinho dos brinquedos, as malas maiores com os legos gigantes, o quarto de chapéus que também serve de esconderijo, as almofadas grandes amarelas que servem para fazer casinhas, mais tarde as damas que só jogávamos em casa dos avós, e muito mais tarde as conversas com os primos. Sem cestos de brinquedos, sem esconderijos, sem casinhas, com alguns jogos de damas quando as saudades apertam, e sobretudo com o prazer de nos sentirmos primos numa família que é nossa, num "quarto amarelo" que será sempre nosso, que guardará para sempre todas as nossas gargalhadas enquanto primos sem descendências e com tempo distante para crescer e passar para a outra sala.


Um grande beijo de parabéns à avó Bertinha que nos tem puxado ao longo de toda a sua vida para "a outra sala", que nos fez crescer a todos, que me fez e faz crescer ainda. Muito.