no metro
Levantei-me insonscientemente. Pela primeira vez, não fui levada até à paragem errada. Pela primeira vez, não fiquei perdida em lembranças de danças e de andanças e em pequenos-almoços na baixa e em noites de conversas. Pela primeira vez não apanhei o susto de ver a minha estação e não saí a correr. Ali, sentada num banco do metro, estava na verdade noutros lugares. Mas o corpo obedeceu a instintos obrigatórios e levantou-se na paragem certa, à hora certa, e dirigiu-se para a porta. E andou e subiu as escadas e levou-me para casa.
A cabeça? Ficou no banco do metro, a ver passar todas as estações até ao terminal.
A cabeça? Ficou ali, perdida em lembranças de danças e de andanças e em pequenos-almoços na baixa e em noites de conversas.
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