terça-feira, outubro 11, 2005

De repente, olho para a nova enchente de gente que chega este ano à minha escola. Sinto pela primeira vez na pele o frio ou o quente de ter sido já tão mais pequena. De ter entrado para o sétimo ano. Decididamente, o quente. Sinto nos olhos translúcidos dos miúdos o efeito-novidade. Não o sendo por característica, sinto-me alta. Sinto nunca ter sido tão baixinha... Verdade? mentira... Olho para as conversas que têm uns com os outros, e olho para as que tinha. E é engraçado notar a perfeita coincidência no que diz respeito ao assunto. Assuntos nos quais agora, já no 12.º ano, nem nos lembramos de tocar. Talvez por já nem nos lembrarmos do que são.
Acontecia-me muito olhar para a minha irmã e amigos e achá-los sempre os mais velhos. Lembro-me bem da sensação de os saber dois anos mais velhos que eu e de os achar tão crescidos. Porém, acabo de lá chegar, ao 12.º ano, e sinceramente não me sinto nem por sombras a "crescida" para ninguém.
Como se me perguntasse sem sorriso ou soluço: "era só isto?"
Acho que muitas vezes não me apercebo de que a escola, em cada um dos seus anos e num todo, é uma escada corrente, um constante e gradual crescimento dos meninos até à faculdade. É que foi tudo tão rápido...

E assim, num impulso, como num salto para dentro de água, apercebi-me de que estou seis anos mais velha. Debaixo da imensa água do ser-se o 'grande' para alguém.

Mas não, não é a conversa que vai mudando.

Somos nós que não nos apercebemos de que vamos crescendo...