sexta-feira, setembro 02, 2005

de partida (novamente)

Talvez o começo do mais belo dos sonhos não seja pura e simplesmente poético. Diria que nem tudo são versos, ou que nem sempre a partida rumo ao desconhecido nos leva a crer que vamos sorrir em cada paragem ou que cada mergulho nos levará sempre ao de cima. Não será a entrada para o mundo das viagens uma simples e súbita vontade de querer ser maior? Ou será esse bilhete apenas a tradução de uma pequena vontade de me sentir pequena ao perder-me pelo meu país? Amanhã parto. Nazaré, Leiria, Coimbra, Luso, Porto. Talvez não saiba se me vou perder num tapete mágico ao sabor do vento ou se simplesmente vou seguir a tão estabelecida rota. Talvez não saiba se me vou despir ao meu país. Talvez nem me passe pela cabeça que um tronco nú a divagar no que quero conhecer me faça sentir mais rica, mais cheia. Talvez vá de pé atrás. Talvez vá a correr. Porém, por entre portas de comboios e tendas em solo desconhecido, levo sonhos à espera de que feche os olhos e me deixe sonhar. Sei só que parto, que parto de mochila às costas. Vou contente, vou viajar.