sexta-feira, abril 29, 2005

descalcem-se

"Não podemos entrar na modernidade com o actual fardo de preconceitos. À porta da modernidade precisamos de nos descalçar. Eu contei Sete Sapatos Sujos que necessitamos deixar na soleira da porta dos tempos novos. Haverá muitos. Mas eu tinha que escolher e sete é um número mágico:

- Primeiro Sapato - A ideia de que os culpados são sempre os outros;
- Segundo Sapato - A ideia de que o sucesso não nasce do trabalho;
- Terceiro Sapato - O preconceito de que quem critica é um inimigo;
- Quarto Sapato - A ideia de que mudar as palavras muda a realidade;
- Quinto Sapato - A vergonha de ser pobre e o culto das aparências;
- Sexto Sapato - A passividade perante a injustiça;
- Sétimo Sapato - A ideia de que, para sermos modernos, temos de imitar os outros."

Mia Couto

7 de Março, na abertura do ano lectivo do Instituto Superior de Ciências e Tecnologia de Moçambique

segunda-feira, abril 25, 2005

ao vivo


Posted by Hello
Corremos, parámos, vimos, descobrimos, reconhecemos, cantámos, dançámos, saltámos, gritámos, encantámo-nos, desencontrámo-nos, encontrámo-nos, rimos, sorrimos, sentimos, e sempre de cravo atrás da orelha...

Aplaudimos.

Fomos ver clã a almada, na véspera do 25 de abril.


"A vida é como uma corda
De tristeza e alegria
Que saltamos a correr
Pé em baixo, pé em cima
Até morrer

Não convém esticá-la
Nem que fique muito solta
Bamba é a conta certa
Como dança de ida e volta
Que mantém a via aberta

Dançar na corda bamba
Não é techno, não é samba
É a dança do ter e não ter
É a dança da Corda Bamba"

Clã
Letra: Carlos Tê

Fim da noite:
Em casa das manas que vieram mesmo do porto...

"E-se-to-du-mun-do-é-com-pos-to-de-mu-dan-ça,
tro-que-mos-lhas-vol-tas-quin-do-di-é-uma-...-cri-an-ça"

25 de abril


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sábado, abril 23, 2005

indie regressou


De 21 de abril a 1 de maio no king e no fórum lisboa (av. de roma). Posted by Hello

sexta-feira, abril 22, 2005

o primeiro 22 de abril

Ela abria-me sempre a porta com aquele "olááá joaaana!"... e dava-me um abraço. Ela perguntava sempre se queríamos bolachinas da caixa de lata azul. Ela deixáva-nos sempre comer os dois andares das bolachinhas. Ela adorava jogar cartas connosco... Eu adorava as cartas em tamanho pequeno que ela tinha. Foi ela que me ensinou a jogar crapô americano. Ela deixava sempre a "luzinha de presença" cor-de-laranja ligada quando íamos lá dormir... disso só tínhamos em casa dela. Ela escrevia "22 de abril" em todos os seus livros na página 22. Eu achava imensa piada. Foi ela que me apresentou a papa maizena. Foi também ela que me ensinou a fazer nestum quente com pacotinhos de açúcar. Foi ela que me confundiu pela primeira vez quando me disse que o meu pai era filho dela. Ela fazía-nos rir... muito. E eu adorava rir-me com ela.


Ela fazia hoje 76 anos... e é o primeiro 22 de abril que passamos sem a minha avó querida.

... com muitas saudades. Muitas saudades.

quarta-feira, abril 20, 2005

quero

Quero voar quando os pés parecem prender-me ao verniz do chão de madeira de casa.
Quero a simplicidade de um sim quando um não parece por momentos passar-lhe à frente.
Quero ler as páginas muito lidas de um livro... ou de uma carta.
Quero andar. Quero pisar. Não quero voltar.

Quero a simplicidade de uma ameixa trincada na areia da praia. De génova, por exemplo.

Quero viajar.

segunda-feira, abril 18, 2005

na minha mão



Sei que, por momentos, o senti a poucos centímetros da palma da minha mão. Eu tinha 9 anos. Foi num fim de tarde em melides, numa praia nunca antes visitada por nós. Íamos embora, retomar a pequena casa alugada, para jantar e talvez jogar mais uns jogos infindáveis de uno ou mesmo de "keims". Acabei de vestir a t-shirt azul turquesa. O lenço da mesma cor andava sempre na minha cabeça. Subi as intermináveis escadas de madeira que ligavam a areia ao café da praia. A jonita aproximou-se. "Estica o braço. Abre a mão. Perfeito." Não foi preciso pedir "sorri", porque o sorriso surgiu mal me apercebi para quê esticara o braço e abrira a mão. Ele estava lá, tão perto. Eu estava a pegar nele. Estava a pegar no Sol.

P.S. - Espero que as meninas que estão como sempre comigo nesses dias de agosto visitem lisboa este fim-de-semana. Espero por elas para irmos por aí dançar e tocar os raios de sol. De lisboa.
Posted by Hello

domingo, abril 17, 2005

os 18


muitos parabéns amèlie! Posted by Hello

sábado, abril 16, 2005

mar adentro



porque "viver é um direito, não é uma obrigação".

um filme para ser visto... no king. Posted by Hello

sexta-feira, abril 15, 2005

pés descalços


Posted by Hello