domingo, setembro 25, 2005
quinta-feira, setembro 22, 2005
sexta-feira, setembro 16, 2005
quarta-feira, setembro 14, 2005
sexta-feira, setembro 02, 2005
de partida (novamente)
Talvez o começo do mais belo dos sonhos não seja pura e simplesmente poético. Diria que nem tudo são versos, ou que nem sempre a partida rumo ao desconhecido nos leva a crer que vamos sorrir em cada paragem ou que cada mergulho nos levará sempre ao de cima. Não será a entrada para o mundo das viagens uma simples e súbita vontade de querer ser maior? Ou será esse bilhete apenas a tradução de uma pequena vontade de me sentir pequena ao perder-me pelo meu país? Amanhã parto. Nazaré, Leiria, Coimbra, Luso, Porto. Talvez não saiba se me vou perder num tapete mágico ao sabor do vento ou se simplesmente vou seguir a tão estabelecida rota. Talvez não saiba se me vou despir ao meu país. Talvez nem me passe pela cabeça que um tronco nú a divagar no que quero conhecer me faça sentir mais rica, mais cheia. Talvez vá de pé atrás. Talvez vá a correr. Porém, por entre portas de comboios e tendas em solo desconhecido, levo sonhos à espera de que feche os olhos e me deixe sonhar. Sei só que parto, que parto de mochila às costas. Vou contente, vou viajar.
quinta-feira, setembro 01, 2005
no metro
Levantei-me insonscientemente. Pela primeira vez, não fui levada até à paragem errada. Pela primeira vez, não fiquei perdida em lembranças de danças e de andanças e em pequenos-almoços na baixa e em noites de conversas. Pela primeira vez não apanhei o susto de ver a minha estação e não saí a correr. Ali, sentada num banco do metro, estava na verdade noutros lugares. Mas o corpo obedeceu a instintos obrigatórios e levantou-se na paragem certa, à hora certa, e dirigiu-se para a porta. E andou e subiu as escadas e levou-me para casa.
A cabeça? Ficou no banco do metro, a ver passar todas as estações até ao terminal.
A cabeça? Ficou ali, perdida em lembranças de danças e de andanças e em pequenos-almoços na baixa e em noites de conversas.